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Questões Éticas e Sociais

Estando expostas as melhores qualidades dos sistemas IdC e o papel que podem vir a desempenhar em ajudar a Humanidade a tornar as suas cidades e estilo de vida mais sustentáveis surge a dúvida: quais são os pontos negativos associados a esta ideologia?

 

A IdC baseia-se na ideologia de ter vários dispositivos munidos de dezenas de sensores na casa de cada um e pela cidade fora, que estejam em permanente comunicação uns com os outros, o que levanta sérias questões acerca da privacidade. Se os sensores localizados na casa de cada um são utilizados para fins benéficos, o que nos garante que estes não estão a recolher informação sensível que poderá fragilizar-nos? É necessário então garantir que a informação recolhida não quebra os limites de privacidade de cada pessoa, tais como imagens captadas por câmera, sons gravados por um microfone ou localização dos nossos dispositivos.

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Outro aspeto a considerar é o aproveitamento de tais dados para as grandes empresas desenvolverem estratégias de marketing personalizadas para cada um, como por exemplo, de acordo com a localização transmitida pelo telemóvel de uma pessoa, apresentar à mesma anúncios de lojas nas proximidades. Além destes problemas éticos mais percetíveis na realidade atual, em que o sistema ainda não está completamente implementado, a longo prazo existem outros mais subtis que irão aparecer: a ominipresença da IdC – quando os dispositivos ligados à rede estiverem por todo o lado, não existirá maneira de uma dada pessoa viver fora da rede, sem que cada um das suas ações seja de certa maneira registada pelas centenas de sensores existentes; miniaturização dos dispositivos -  nos últimos anos observou-se que à medida que as componentes eletrónicas se foram tornando mais eficientes e mais poderosas, o seu tamanho também diminui, o que nos leva a pensar que no futuro os dispositivos IdC serão tão pequenos que o controlo de qualidade e inspeção destes se torna praticamente impossível; identificação de objetos IdC – neste momento não existe identificação de quais dados são fornecidos por que dispositivos, o que cria graves problemas de segurança; comportamento autónomo da rede – com IdC pretende-se que a rede se torne autónoma e realize funções que até ao momento foram realizadas por seres humanos, o que levanta questões sobre o tipo de interações que irão ocorrer entre todos os dispositivos IdC e as respetivas consequências; descentralização do sistema – à partida um sistema deste tipo é benéfico, mas devido ao facto de ser completamente imprevisível perceber quais serão as consequências de conectar milhares de milhões de dispositivos uns aos outros, capazes de emitir comandos e responsáveis pela segurança do Homem, a descentralização pode ser perigosa no sentido que não há uma entidade governada pelo Homem capaz de controlar o sistema na sua totalidade.

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Em suma, colocam-se graves questões à legalidade do sistema, uma vez que devido à sua natureza descentralizada, é muito difícil controlar a privacidade de cada um, nomeadamente assegurar que os dados recolhidos pelos sensores não são usados de maneira maliciosa ou sem ser para benefício do utilizador. Existe também o fator sociológico, em que num mundo em que cada vez mais os dispositivos eletrónicos fazem parte do nossos dia-a-dia, IdC irá causar uma imersão ainda maior nesse ambiente, pondo em causa a vertente social do ser humano.

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